Arquitetando Experiencias
Nosso país vizinho tem muito a oferecer e uma pedalada pelo litoral é uma boa pedida para se conectar com essa região. É sobre essa viagem que venho contar para vocês: Começo falando que Uruguai não é só planície, não! Em janeiro partimos de bicicleta da Praia do Hermenegildo/RS rumo a Montevideo/UY. A dificuldade? Até o Chuí não contamos com acostamento ou bom asfalto e tampouco respeito com o ciclista.
Foram 14 dias de viagem, totalizando 530km. Passamos pelo Chui, Forte de Santa Teresa, Punta Del Diablo, Aguas Dulces, Valizas, Cabo Polônio, La Paloma, cruzamos de barco pela Laguna de Rocha e chegamos na Ponte Circular de Laguna Garzón. Que arquitetura! Talvez a única circular do mundo, ela foi pensada para apreciar a vista. Almoçamos uma bela milanesa e seguimos para José Inácio. Fugindo do roteiro, não dormimos por ali, seguimos no entardecer até Punta Del Este. Por falta de lugar, acabamos dormindo essa noite na praia, passamos dois dias na cidade e fomos para a capital, passando pela Casa Pueblo e inúmeras praias pela Rota 10 que de carro não teríamos a mesma sensação.
Chegando em Montevideo, outra surpresa: uma cidade aliada ao urbanismo. Que a Avenida Itália nos motive a ter mais qualidade de vida. Além de manter sua arquitetura histórica, ela está se adaptando aos novos tempos.
A arquitetura cumpre um papel fundamental no uso da bicicleta. É uma ferramenta para vivenciar o mundo numa escala mais humana, já que uma cidade com ciclovias seguras, bicicletário e áreas livres para lazer, inspira as pessoas a deixarem um pouco seus carros e a se exercitar.
A bicicleta transformou um rumo já bastante conhecido em uma aventura. O ciclo turista não procura “personal records”, ele procura por experiências. É um sentimento de vitória a cada chegada. Essa forma despreocupada fez com que eu, uma arquiteta sem habilidade no pedal, viajasse 500km em outro país. São muitos os motivos para fazer novamente, mas vou resumir a uma única palavra: Liberdade.